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Berlim
BLOGUE DE UMA VOLUNTÁRIA
Olá! Eu chamo-me Inga, tenho 21 anos e estou a tirar um curso de teologia protestante. Este ano vou estudar em Berlim, por isso mudei-ma recentemente para esta cidade. Nos últimos anos, visitei várias vezes Taizé e este Verão estive algumas semanas na colina.
Estou muito contente por poder participar na preparação do 34° Encontro Europeu. Espero que este blogue me dê a oportunidade de partilhar convosco o que se vai vivendo no Centro de Preparação, nas paróquias e nas igrejas aqui em Berlim.
Um sinal de esperança
Ontem participei numa das orações mais emocionantes da minha vida. Juntamente com um dos irmãos e alguns voluntários que nos vieram ajudar, visitámos a prisão de Tegel, uma das maiores da Alemanha. Esta prisão tem uma longa história. Entre muitos outros, Dietrich Bonhoeffer, que liderou um movimento de resistência alemã contra o nazismo e que foi um dos membros fundadores da Igreja Confessante, foi lá prisioneiro durante bastante tempo.
No complexo de edifícios, construído por volta de 1900, foi integrada também uma igreja. Quando entrámos, a pastora e alguns prisioneiros já tinham acendido muitas velas dentro da da igreja. Como a igreja é de tijolo e madeira, o ambiente estava surpreendentemente acolhedor. Exactamente o contrário do que esperávamos encontrar numa igreja dentro da prisão.
Veio cerca de uma centena de prisioneiros para a oração e foi importante prepararmos a liturgia juntamente com eles. No início, não sabíamos bem o que esperar e que tipo de pessoas iríamos encontrar. Um dos membros do nosso grupo e um dos prisioneiros rezaram juntos o Salmo 23. Tocou-me imenso ouvir o prisioneiro que estava ao meu lado recitar este Salmo em voz baixa. Foi nesse momento que percebi o quão importante são estas palavras para aqueles homens, que devem permanecer ali por vários anos ou mesmo para o resto das suas vidas. Foi mais emocionante quando foi proposta a todos a possibilidade de dizer uma intercessão ou de acender uma vela. Um homem começou a rezar pela sua filha, que está em coma. O seu desespero impressionou-me. A filha é a única ligação que tem com o mundo fora da prisão e agora ele não pode fazer nada por ela.
Depois da oração, pudemos passar mais algum tempo com os prisioneiros e muitos deles estavam com vontade de falar connosco. Contaram-nos sobre suas vidas e o que fizeram para chegar ali, sem que o ambiente se tornasse pesado. Depois conversámos com a pastora e ela contou-nos sobre o seu trabalho na prisão. Foi apenas naquele momento que nos apercebemos que tínhamos acabado de rezar com assassinos, ladrões, pedófilos e outros criminosos desse tipo. Acho que se tivéssemos sabido isso antes, tudo teria sido muito diferente. Mas assim estávamos realmente abertos para ir ao encontro deles e para vê-los como seres humanos e não apenas como criminosos. Foi realmente importante termos tido esta oração. Espero que, depois do Encontro, algo possa continuar.
Alguns voluntários voltarão provavelmente para celebrar o Natal com os prisioneiros e depois voltaremos ainda para outra oração. E esperamos que um grupo de jovens da paróquia vizinha possa vir à prisão durante o Encontro Europeu, será um sinal de esperança.
Sábado 17 de Dezembro de 2011
FONTE: TAIZÉ
http://www.taize.fr/pt_article12949.html
http://www.taize.fr/pt
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